quarta-feira, 22 de agosto de 2007

24 dias!

Somos seres hipermodernos, como define Gilles Lipovetsky famoso por seu livro “O Império do Efêmero”. Segundo ele o termo hipermodernidade serve para definir a sociedade contemporânea, que é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Todas as coisas se tornam intensas e urgentes.

E o que isso tem relação com 24 dias? É que deixamos de viver “24 horas por dia” e passamos a viver “24 dias por hora” tamanha a quantidade de informações que recebemos.
Vivemos ansiosos no meio de constantes mudanças que ocorrem em um ritmo frenético, quase inalcançável.

Graziela Morelli, em seu artigo “Tempo é mudança” publicado na revista Catarina desse mês, comenta que “se antes tínhamos contato com, por exemplo, três novidades por hora, hoje entramos em contato com milhões de informações por dia, por semana. Muitas vezes não conseguimos absorver a informação e, pior, não sabemos nem o que fazer com elas. Ao folhear uma revista, ao passar pelas ruas de comércio, ao acessar a internet, algumas pessoas se questionam: como pode haver tantas opções de consumo, de informação e estas se tornaram obsoletas tão rapidamente? A sensação que dá é que não nos prendemos a nada, que o que temos nunca é suficiente.”

Com a toda essa informação que nos rodeia, a sensação é que estamos cada vez mais desatualizados e mais impotentes.

A moda, com todo seu poder de driblar o tempo, acompanha esse ritmo. Ela vive em constante mudança, é passageira e nunca será permante. Tempo e moda estão definitivamente entrelaçados.

Com o uso da internet as informações que antes demoravam semanas até chegar nas mãos dos profissionais, hoje com apenas alguns cliques o acesso é liberado a tudo que está acontecendo no mundo.

Com tanta efemeridade a única certeza é que as horas delimitadas pelo relógio são uma inútil tentativa de aprisionar ou limitar o tempo.




“Carpe diem. Aproveite o dia. Aqui e agora. Você nunca será capaz de fazer o tempo recuar: aproveite este instante, cada instante, com deleite”. Livro A vida é Bela de Dominique Glocheux

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